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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

6. A arte de amar


 
Ambiente e símbolo do dia: Recortes de Jornais e revistas retratando a experiência afetiva entre namorados, casais e amigos.

Oração Inicial
Nas horas de Deus, amém! Pai, Filho e Espírito Santo! Luz de Deus em todo canto, nas horas de Deus, amém! (2x)
Nas horas de Deus, amém! Que o coração do meu povo, de amor se torne novo, Nas horas de Deus, amém! (2x) (cantado)

(O coordenador motiva os presentes a repetirem a seguinte oração)
Pai de ternura e misericórdia, nós estamos em tua presença para ti pedir a graça de nos amarmos uns aos outros.
Jesus, muitas vezes os nos isolamos, magoamos nossos irmãos e não praticamos a tua vontade. Perdão, Jesus.
Espírito Santo vem morar em nossos corações e faz crescer dentro de nós os sentimentos de verdadeiros filhos de Deus. Amém.

Leitura bíblica: 1 Coríntios 13, 1-7.
Canto: Pedaços de si.

 
 REFLEXÃO
 
“Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” Jo 13, 14

Especialmente ao nascer, o ser humano demonstra a sua fragilidade e dependência dos outros. Ele sai de uma situação de conforto, no ventre da mãe, para uma situação de separação, de desamparo, que só conseguirá vencer por meio do amor. Nesse complexo de redes que constitui o ser humano, a sexualidade emerge como elo de harmonia, tornando-o capaz de amar verdadeiramente o ‘outro’.
A palavra “amor” invadiu o vocabulário cotidiano e, não poucas vezes, é usada de maneira imprudente. A discussão sobre a vivência do amor, na contemporaneidade, é bastante complexa. A rapidez das mudanças provadas nas últimas décadas, em diversos setores sociais, reflete, sem dúvida, na maneira de pensarmos os compromissos ‘amorosos’. Neste espaço, as possibilidades de laços românticos vem e vão em velocidade cada vez maior, tonando as pessoas descartáveis. A atração e força inicial do amor parecem ser insuficientes à perseverança na convivência. Isto se dá, muitas vezes, pelas errôneas ideias de felicidade que nos são apresentadas, quase sempre nos apontando para relações momentâneas e pontuais.
O amor é, ao contrário, a vontade de proteger; neste caso, a sobrevivência só é possível a partir do reconhecimento do outro ‘ser’. Enquanto o desejo tem como fim somente o uso da pessoa como objeto, o amor assume outra postura, crescendo na medida em que promove o outro. Este é, por si mesmo, aberto à eternidade; não pode aliar-se ao desejo, entendido como passageiro.
Quando dizemos que o amor é uma arte, afirmamos que há o que se aprender com ele, não é algo dado, ou que brote apenas dos sentimentos. A princípio, deveríamos desconsiderar toda afirmação de que o amor é simples e não traz em si quaisquer problemas a serem enfrentados. O amor não está associado à ausência de dificuldades, mas à capacidade de superação dos mesmos. Outro fator limite é que as pessoas tendem a ver o amor de forma passiva; elas sempre esperam serem amadas; por isto, no máximo, se preocupam apenas em ser dignas de amor, não tomando a atitude de amar por primeiro. A cultura de consumo também age diretamente sobre as relações humanas, de maneira que as pessoas passam a ser vistas, em suas qualidades apontadas pelo ‘mercado da personalidade’.
Há alguns elementos indispensáveis a uma relação amorosa: cuidado, responsabilidade, respeito e conhecimento. O cuidado refere-se à preocupação ativa com aqueles que amamos, para os quais é preciso dedicar tempo e trabalho. A responsabilidade, antes de revelar-se uma obrigação, é um ato voluntário que assume as necessidades do outro como próprias. O respeito caracteriza-se por ‘olhar com atenção’; considerar a pessoa em sua individualidade, tudo com base na liberdade e nunca na exploração. O conhecimento do outro também é indispensável e só posso fazê-lo quando consigo transcender as minhas próprias preocupações, para ver o outro como ele é.
Somente quando entendido como opção, isto é, mais do que sentimento de bem-estar, o amor poderá tornar-se entrega. Só então se compreenderá a possibilidade de realização das promessas a longo prazo, de relações duradouras e eficazes, como frutos de um itinerário de formação humana que atravessa toda a vida. Num mundo onde as facilidades são atrativas, ousamos afirmar a importância das relações que foram edificadas sobre o verdadeiro e custoso propósito de amar.

Qual a relação entre amor e sentimento?

Referência:
FROMM, Erich. A arte de amar. Trad. de Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

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