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sexta-feira, 8 de novembro de 2013

5º DIA: Zeferino Namuncurá

Zeferino nasceu de família altiva e generosa, da tribo valente dos Índios Araucanos, das terras da Patagônia. Se nele a santidade pôde florescer foi porque achou um terreno propício nas qualidades humanas próprias da sua terra e da sua estirpe, qualidades que ele assumiu e aperfeiçoou.

Escolheu para modelo de vida, Domingos Sávio. Antes de tudo tinha a alegria. “Ele sorri com os olhos”, diziam de Zeferino os seus companheiros. Era a alma das recreações, de que participava com criatividade e entusiasmo, por vezes até com irrupção. Sabia fazer mágicas, o que lhe valeu o título de “mago”. Organizava competições, e ensinava aos seus colegas o melhor modo de preparar arcos e flechas, a fim de, ao depois, treiná-los no tiro ao alvo.

Dom Bosco recomendava a Domingos também os deveres de estudo e piedade. No colégio salesiano de Villa Sora, em Frascáti (Itália), Zeferino – embora encontrando dificuldades em língua italiana – conseguiu em poucos meses tornar-se o segundo da classe. No boletim de notas sobressai um ótimo desempenho em língua latina, que para ser sacerdote representava então requisito importante.

A piedade de Zeferino era normal e característica, dos ambientes salesianos, firmemente radicada nos Sacramentos, especialmente na Eucaristia, considerada “a coluna” do sistema preventivo. Era por isso que Zeferino assumia de boa vontade o encargo de sacristão. Durante os meses da sua permanência em Turim, era visto deter-se por longas horas no Santuário de Maria Auxiliadora, em diálogo íntimo com o Senhor.

Dom Bosco por fim recomendava a Domingos que ajudasse os colegas. A poucos dias da morte, o nosso beato disse ao P. Iorio: “Padre, eu dentro de pouco tempo vou partir, mas recomendo-lhe este pobre jovem que jaz nessa cama perto da minha. Volte com frequência a visitá-lo… Sofre tanto! De noite quase não dorme: tosse muito…”. Isto dizia Zeferino, cujo estado era muito pior e absolutamente não podia dormir.

Ao entrar na Basílica Vaticana pode-se ver bem no alto, no último nicho à direita da nave central, uma grande estátua de São João Bosco, que aponta para o altar e o túmulo de São Pedro. Perto dele estão dois jovens: um de feições europeias, outro com os típicos traços somáticos da gente sul-americana. É evidente a referência aos dois jovens santos: Domingos Sávio e Zeferino Namuncurá. É a única representação de adolescentes presentes na Basílica Vaticana. Permanece assim, fixado no mármore, no coração da cristandade, o exemplo da santidade juvenil e, junto, persiste forjada a perene validade das intuições pedagógicas de Dom Bosco: após um século e meio, na Patagônia como na Itália e em tantos países do mundo, o sistema preventivo amadurou em frutos quase inesperados, formou heróis e santos.

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